O que é Estomatologia?
A Estomatologia é uma especialidade da Odontologia, regulamentada e reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) do Brasil em 1992, que tem como objetivo prevenir, diagnosticar e tratar diversas doenças que podem acometer a cavidade bucal, o complexo maxilo-mandibular (osso maxilar e/ou mandibular) e estruturas anexas (glândulas salivares). Também é atribuição do estomatologista estar atento ao diagnóstico de diversas doenças sistêmicas que podem se manifestar na boca ou que possam exercer alguma influência ou interação negativa com o tratamento odontológico, e realizar, assim, o devido encaminhamento ao médico.
Benefícios:
- Diagnóstico e tratamento de diversas doenças bucais, dentre elas as de origem viral, bacteriana, fúngica, císticas e tumorais;
- Diagnóstico de inúmeras doenças sistêmicas que se manifestam na cavidade bucal, como as infecciosas, autoimunes, dermatológicas e sexualmente transmissíveis;
- Prevenção e diagnóstico do câncer bucal;
- Prevenir ou minimizar os efeitos colaterais na cavidade bucal resultantes do tratamento oncológico (quimioterapia ou radioterapia), intervindo precocemente, de maneira rápida e efetiva.
Riscos por falta de tratamento
A falta de um diagnóstico correto acarretará na indicação de procedimentos terapêuticos equivocados e, dependendo da doença que está se manifestando, poderá resultar em:
- Grande morbidade (danos) na cavidade bucal, ocasionando prejuízos ou perda de estruturas bucais;
- Sepse (infecção generalizada);
- Infecções cruzadas (contaminar outras pessoas);
- Diminuição da sobrevida do paciente, em caso de câncer, ou sequelas após a remoção cirúrgica da lesão, o que pode dificultar a mastigação, a fonação e o uso de próteses por parte do paciente;
- Danos a outros órgãos, com sequelas, ou mesmo óbito do paciente, em caso de doenças sistêmicas (como as doenças sexualmente transmissíveis, autoimunes).
Perguntas Frequentes
Como é realizado o tratamento?
Em primeiro lugar, é necessária a realização de um diagnóstico correto a fim de que se defina o tratamento adequado. Muitas doenças podem ser diagnosticadas por meio de um simples exame clínico.
Porém, como muitas doenças bucais se manifestam de forma muito semelhante, seu diagnóstico pode requerer exames complementares, de sangue ou biópsia, que é a remoção de um fragmento da lesão. A biópsia sempre é realizada para esclarecer ou confirmar uma hipótese de diagnóstico clínico de uma lesão e não é sinônimo de câncer, como muitos pensam erroneamente.
A partir do momento em que o diagnóstico final é obtido, o correto tratamento é definido. Poderá ser cirúrgico (remoção total da lesão), por uso de medicamentos ou, no caso de uma doença sistêmica, de acordo com orientações do médico do paciente.
É preciso fazer algum tratamento prévio?
Não, pelo contrário. Realizar algum tratamento prévio pode mascarar ou postergar o diagnóstico da doença e, dependendo de qual seja, isso pode ser ruim. Por isso, o paciente deve evitar a automedicação.
O que os pacientes devem saber é que toda lesão que aparecer na boca e que não regredir em 15 dias deve ser avaliada por um estomatologista.
Quanto tempo demoram o procedimento e o tratamento?
A consulta do estomatologista dura, em média, uma hora. Se houver necessidade de realização de biópsia, ela será feita (dependendo da gravidade) no mesmo dia ou será agendada. Vale dizer que a biópsia pode ser de dois tipos. A que retira parte da lesão (chamada de incisional) normalmente é feita para lesões grandes ou múltiplas e para doenças cujo tratamento não é cirúrgico, ou seja, para as doenças sistêmicas. Na excisional, remove-se toda a lesão. É utilizada para as doenças cujo tratamento é cirúrgico.
Se o tratamento for medicamentoso, o tempo pode variar de 15 dias até meses, dependendo de qual doença.
Poderei sentir algum desconforto?
Não. O exame clínico não gera desconforto, pois o estomatologista realizará a inspeção da cavidade bucal, ou seja, ele examinará cuidadosamente a boca do paciente. Se for necessário realizar a biópsia, por se tratar de um ato cirúrgico, o paciente será submetido à anestesia local de uso odontológico, para ter ausência total de desconforto durante o procedimento.
Uma vez tratada a doença, os tecidos recuperam-se integralmente?
Sim, na maioria das vezes eles se regeneram, sem deixar cicatrizes, porém há doenças que podem deixar marcas e, outras, dependendo do tamanho no momento do diagnóstico, podem causar um dano maior. Quanto mais precoce for o diagnóstico, menor será o tamanho da lesão e, consequentemente, menor o dano para o paciente.
Isso é muito importante, principalmente quando se trata do Câncer Bucal, que quanto mais rápido é diagnosticado, menor será a sua morbidade e maior a sobrevida do paciente. Vale ressaltar que o estomatologista é responsável por realizar o diagnóstico dessa doença. A abordagem cirúrgica ou medicamentosa realizada por equipes médicas de oncologistas de cabeça e pescoço.
Há riscos no procedimento?
Todo procedimento cirúrgico apresenta riscos, alguns evitáveis (são aqueles detectados durante a anamnese e o exame, como, por exemplo, pacientes que se apresentem hipertensos, coagulopatas, fazendo usos de medicações anticoagulantes, com alguns tipos de cardiopatias e, diabéticos descompensados, entre outros) e outros que podem acontecer por variações anatômicas do próprio paciente, mas o profissional está gabaritado para reverter quaisquer complicações que possam surgir.
Cuidados importantes
Antes do tratamento
Durante a anamnese, o estomatologista fará uma minuciosa avaliação de todos os possíveis problemas sistêmicos que o paciente possa ter e o uso dos medicamentos que podem trazer complicações durante a execução do procedimento cirúrgico. Se for necessário, o profissional pode solicitar exames complementares, como os de sangue e urina ou, ainda, de imagens.
Durante o tratamento
Se o tratamento for medicamentoso, o paciente deverá retornar conforme o profissional achar necessário para acompanhar a evolução da doença.
Se for cirúrgico, o paciente voltará após 7 dias para remoção dos pontos e deverá ser acompanhado até o término da cicatrização do local. O laudo anatomopatológico (resultado da biópsia) depende de um patologista, que fará as análises laboratoriais.
Após o tratamento
É de extrema importância realizar o monitoramento da doença, ou seja, há necessidade de se realizar consultas periódicas para acompanhar a manutenção da melhora do quadro bucal. Se o tratamento for cirúrgico, inicialmente o controle é feito a cada 3 meses, 6 meses e depois anualmente. Se o tratamento for medicamentoso ou paliativo, a periodicidade das consultas dependerá da severidade da doença e da possibilidade de recidiva.